Curso on line gravado via zoom disponível para alunos por 2 meses
Inteira 55 euros
Bolsa 50%: 27 euros
12h00 horas
Curso Gravado
Curso feminismos em Portugal Manamiga
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Sobre o curso
Qual foi historicamente e o que tem sido até aos dias de hoje a expressão dos feminismos em Portugal? Que movimentos, colectivos, grupos e associações se constituíram ao longo de um período que se estende desde o início do século XX até à actualidade, assumidos ora de modo lato como de defesa dos direitos e da emancipação das mulheres ora em sentido explícito enquanto feministas? Que discursos e linhas de actuação promoveram no domínio da reivindicação da igualdade entre os géneros? Pensar estas interrogações, bem como outras no seu alcance, permite fundamentar o conhecimento acerca da intervenção e da luta de várias activistas portuguesas de diferentes geracções empenhadas na transformação social do estatuto e da condição das mulheres. Permite, em simultâneo, compreender regularidades e linhas de continuidade, tal como singularidades e linhas específicas de tais movimentos, colectivos, grupos e associações, comparando-os. Torna ainda evidente como, do mesmo modo que se observa no plano internacional, desde sempre os feminismos portugueses se associaram com frequência a outros pressupostos reivindicativos e de acção ancorados no espaço público, cívico, político, cultural e identitário. Salienta-se ainda a oportunidade de trazer à luz não apenas as vozes das feministas portuguesas, mas os seus rostos, restituindo-lhes a individualidade de sujeitos concretos dos quais a História colectiva também se faz.
Aula 1 – 11 DE JANEIRO
- Para uma definição dos feminismos – breve revisão. Diferenças e pontes entre «feminismo social» e «feminismo categórico». As diversas matrizes dos feminismos: da «igualdade», da «diferença», radical, socialista e marxista, liberal, «pós», interseccional, negra.
- Antecedentes do feminismo em Portugal. Pioneiras antes do século XX. A «causa feminina» e da família.
- Livros e imprensa de mulheres em meados de 1800.
Aula 2 – 18 DE JANEIRO
- Movimento associativo das mulheres e feminismos das primeiras décadas do seculo XX ao Estado Novo: a época de sedimentação.
- Premissas estruturantes: a educação e o direito de voto feminino.
- A pluralidade das reivindicações, as redes de partilha nacionais e internacionais, as pontes com o republicanismo, o socialismo e o pacifismo.
- Reconhecimento público e político de «feministas ilustres»: nomes incontornáveis do feminismo português.
Aula 3 – 25 DE JANEIRO
- O espaço possível das reivindicações feministas face à ideologia e ao modelo da «esposa e mãe de família» do regime autoritário salazarista.
- Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas – CNMP (1914-1947): reivindicações precedentes, resistências furtivas e estratégias de sobrevivência na conjuntura de vigilância das liberdades.
- Maria Lamas e As Mulheres do Meu País (1948-1950).
Aula 4 – 1 DE FEVEREIRO
- A luta feminista e a luta pela democracia.
- Grupos de mulheres nos movimentos de oposição ao Estado Novo e algumas militantes de referência.
- A criação do Movimento Democrático das Mulheres – MDM (1968) e de outros colectivos: emancipação da mulher ou feminismo?
- Maria de Lourdes Pintasilgo e o Grupo de Trabalho para a Definição de uma Política Nacional Global acerca da Mulher (1971).
- As Três Marias e o livro Novas Cartas Portuguesas (1972): quando o movimento feminista internacional intercedeu pelo feminismo português.
Aula 5 – 8 DE FEVEREIRO
- A Revolução do 25 de Abril de 1974 e o forjar de uma nova «cidadania feminina».
- O Movimento de Libertação das Mulheres – MLM (1974) e a Manifestação Feminista no Parque Eduardo VII: denunciar os símbolos e valores do patriarcado.
- Direitos das mulheres e feminismos na transição e consolidação democrática.
- A União das Mulheres Antifascistas e Revolucionárias – UMAR (1976).
- Explosão de novos colectivos feministas nos anos 1980: activismos dinâmicos, impactos diminutos.
- Realizações conjuntas e acção comum dos feminismos: exemplos iniludíveis.
- Diversificação de objectivos, temas e novos discursos de acção: a sexualidade integra a emancipação da mulher.
Aula 6 – 15 DE FEVEREIRO
- A passagem da Comissão da Condição Feminina – CCF (1975) para a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género – CIG (2007) e o «Feminismo de Estado».
- Expressões nacionais da Democracia Paritária.
- Dos anos 1990 à actualidade: multiplicação de grupos, associações e plataformas feministas, de defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de género. Visibilidades e concretizações incertas, progressivas e cumulativas.
- Sobre o feminismo interseccional português.
- Activismo feminista e activismo LGBTQIA+. Cumplicidades e solidariedades.
- A Rede 8 de Março e a primeira Greve Feminista Internacional em Portugal (2019).
Ministrante: Vanda Gorjão
Doutora em Estudos de Género.
Nasceu e vive em Lisboa. Os seus interesses e trabalho de investigação e académico têm-se repartido entre a História das Mulheres, os Estudos de Género, as Teorias Feministas, a Sociologia Política e Ciência Política, a Sociologia da Arte e Teoria da Arte. É professora no Departamento de Artes Visuais, Multimédia e Design (DAVD) da Escola de Artes da Universidade de Évora, desde 2006. Concluiu o mestrado sobre a oposição feminina ao Estado Novo (ICS) e o doutoramento sobre as primeiras deputadas na Assembleia da República – 1975-1987 (ICS/Universidade Nova). Tem diversas publicações na área dos Estudos de Género. Foi investigadora co-responsável do projecto WOMASS – Mulheres e Associativismo em Portugal (1914-1947), de 2018 a 2022 (projeto PTDC/HAR-HIS/29376/2017). Pertence ao Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova (CICS.NOVA) e Centro de História da Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA)